quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Polícia de Aichi cria rede com mídia estrangeira

O objetivo é fornecer aos veículos de comunicação boletins para prevenção de delitos, informações sobre leis, regras de convivência, segurança pública e no trânsito
A polícia de Aichi anunciou na tarde de terça-feira (1º), o lançamento do projeto “Rede de Segurança com as Empresas de Mídia em Língua Estrangeira”. O objetivo é fornecer aos veículos de comunicação boletins para prevenção de delitos, informações sobre leis, regras de convivência, segurança pública e no trânsito elaborados pelo departamento internacional da instituição para serem repassados aos residentes estrangeiros. Representantes de cinco empresas jornalísticas participaram da solenidade de abertura do programa na sede da delegacia central de Nagoya, Aichi.

Através da parceria com a mídia comunitária a polícia pretende alcançar os residentes de língua portuguesa e espanhola numa iniciativa inédita no Japão. Na província residem 214 mil estrangeiros que representam 3% do total no país, atrás somente de Tóquio. Aichi possui a maior concentração de brasileiros com 67 mil pessoas. Os peruanos somam oito mil.

Youchi Fumiya, chefe da Delegacia Central da Polícia de Aichi, afirmou que os esforços de aproximação com os moradores estrangeiros vêm apresentando resultados positivos como, por exemplo, a participação coletiva nas patrulhas dos conjuntos residenciais.

"Ainda assim não conseguimos atingir a todos porque eles trabalham por muito tempo. Mas em 2010, quando iniciamos as atividades com a mídia, tivemos repercussão na comunidade estrangeira", analisou ressaltando a vontade de ampliar a comunicação entre os veículos e a entidade. Fumiya espera que após a implantação em Aichi o serviço seja difundido para instituições em outras províncias.

O vice-cônsul do Brasil em Nagoya Marco Kinzo Bernardy disse que o posto consular estará à disposição da segurança pública para apoiar a iniciativa e os brasileiros. "Um órgão policial que se preocupa em passar a informação ao invés de apenas prender é uma instituição à frente de seu tempo", aponta. Carlos Rios, primeiro secretário do Consulado Geral do Peru, espera com expectativa o início das atividades.

"Vai ser um sistema de diálogo franco entre a polícia e a comunidade embora as estatísticas mostrem que apenas 0,003% das ocorrências envolveram peruanos. Aichi pode ser um modelo para o Japão", opina.

Representando na solenidade oficial os veículos de comunicação estrangeira comunitária, Kiyoshi Ishihara, do grupo IPC World, disse que com esse trabalho de aproximação a imagem associada à criminalidade que parte da população tem a respeito dos estrangeiros pode ser mudada. "Isso pode ser melhorado levando as informações da polícia para onde o trabalho das associações não alcança. E nós da mídia devemos refletir sobre nosso papel social", avalia.
Fonte: IPC Digital

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