sábado, 31 de março de 2012

Japão relaxa restrição em duas cidades na área de exclusão de usina

Moradores de Tamura e Kawauchi poderão visitar suas casas.
Cidades foram esvaziadas há um ano após acidente nuclear em Fukushima.

 O Japão relaxará a partir deste domingo (1º) as restrições de entrada em dois municípios situados na zona de exclusão de 20 km em torno da usina nuclear de Fukushima, informou a emissora de televisão pública "NHK".

Os residentes das localidades de Tamura e Kawauchi poderão visitar suas casas, abandonadas há um ano por causa do acidente na usina nuclear de Daiichi.

Calcula-se que a medida permitirá que 16 mil pessoas entrem novamente na zona de segurança, embora por enquanto não seja possível pernoitar no local.

Apesar da permissão, não se espera um retorno em massa dos deslocados, já que muitos indicaram que preferem aguardar o avanço dos trabalhos de descontaminação iniciados este ano.

O governo também prevê levantar as restrições de entrada em 16 de abril à cidade de Minamisoma, que tem parte de seu território dentro da área de exclusão em torno da usina nuclear.

A decisão foi tomada na noite desta sexta-feira (30) durante a reunião de um grupo especial de trabalho liderado pelo primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, para estabelecer novos parâmetros de classificação das zonas de exclusão de acordo com seu nível de radioatividade.

Nas áreas em que a radiação acumulada não supera 20 milisievert ao ano, o governo trabalhará para que os deslocados possam retornar a suas casas o mais rápido possível, segundo a NHK. Naquelas que apresentem até 50 milisievert anuais só será permitido o acesso restrito, enquanto ninguém poderá retornar a suas casas nas localidades em que esse nível é superado.

O acidente desencadeado na central de Fukushima pelo devastador tsunami de março de 2011 forçou a retirada de cerca de 80 mil pessoas em 11 municípios ao redor da usina.

Além de Tamura, Kawauchi e Minamisoma, as autoridades seguirão revisando as condições existentes nas outras oito localidades afetadas para decidir sobre o eventual retorno de deslocados.
Fonte: G1 com EFE

segunda-feira, 5 de março de 2012

Um ano após tsunami, Japão ainda lida com montanhas de entulho

Há quase um ano do terremoto seguido de tsunami que devastou o Japão, um dos principais desafios da reconstrução do país tem sido lidar com o entulho deixado no rastro da tragédia.

As autoridades conseguiram limpar as ruas e restabelecer as condições mínimas de vida da população nos centros urbanos das províncias mais afetadas, as de Iwate, Miyagi e Fukushima.

Segundo uma estimativa divulgada pelo governo, essas províncias produziram um total de 23 milhões de toneladas de entulho, e, até o momento, foram processados apenas 5% do material recolhido.

O entulho foi aglomerado em parques, campos de beisebol, pátios de escolas destruídas e outros espaços públicos. Carros e barcos destruídos também esperam um fim.

11 anos de lixo

O resíduo gerado em Iwate, por exemplo, equivale a 11 anos de lixo produzido pela província. Já Miyagi tem um total de entulho equivalente a 19 anos.

O custo estimado de eliminação destes resíduos passa dos R$ 16,4 bilhões.

Para piorar o cenário, outras províncias se recusam a receber o material, com medo de que o entulho possa estar contaminado com resíduos da usina nuclear de Fukushima.

Por enquanto, apenas Tóquio e Yamagata estão colaborando.

No Japão, grande parte do lixo é reciclada ou incinerada, em centros de processamento. Uma pequena parte apenas é depositada em aterros sanitários, prática pouco usada no país por causa da falta de espaço físico.

O país também exporta alguns dejetos para outros países asiáticos. Mas, no caso do entulho acumulado na região nordeste do país, o medo da contaminação nuclear tem anulado qualquer tipo de ajuda.

Segundo cálculos do governo japonês, a eliminação total de todo o resíduo gerado pelo tsunami deve se estender até março de 2014.

"Mas será extremamente difícil cumprir essa meta se o processo continuar nesse ritmo tão lento", criticou o ministro do Meio Ambiente, Goshi Hosono.

Buscas

No próximo domingo, dia 11, o Japão lembrará um ano do maior terremoto da história do país, seguido de um tsunami e de uma crise nuclear.

A tripla tragédia, segundo dados da polícia japonesa, deixou um saldo de 15.853 pessoas mortas – maior perda de vida num desastre desde a Segunda Guerra Mundial no país – e 3.283 foram dadas como desaparecidas, totalizando 19.136.

A busca pelos corpos, principalmente no mar, ainda continua.

Cerimônias especiais estão programadas durante toda esta semana e o primeiro-ministro do Japão, Yoshihiko Noda, pediu à população que faça um minuto de silêncio às 14h46 locais no próximo dia 11, horário exato que o grande terremoto atingiu o país.

Os canais de tevê, jornais e revistas trazem também especiais que recontam histórias e mostram o que mudou neste um ano após a tragédia que comoveu o mundo.

Lentidão

Reconstruir as cidades tem sido o maior desafio do governo japonês após a tragédia. A partir deste mês, os cofres públicos começam a liberar a primeira rodada de subsídios para as sete províncias e 59 municípios diretamente afetados pelo terremoto/tsunami.

São cerca de R$ 5,3 bilhões que devem ser aplicados na remoção de famílias para áreas mais elevadas e reconstrução de prédios públicos, como escolas, postos de saúde e portos.

No entanto, essa reconstrução caminha em ritmo muito lento e o problema não é só financeiro.

As autoridades conseguiram limpar as ruas e restabelecer as condições mínimas de vida da população.
Fonte: BBC Brasil

quinta-feira, 1 de março de 2012

Governo do Japão define padrões mais elevados para o cultivo do arroz

Agricultores poderão semear em algumas áreas somente após minuciosa inspeção dos municípios


O Ministério da Agricultura do Japão implantará padrões mais elevados para o cultivo de arroz, informou a NHK. A partir de abril, os produtos alimentícios poderão conter o limite máximo de 100 becqueréis de césio radioativo por quilograma.

Além disso, os agricultores não poderão plantar em lugares onde houve a detecção de arroz com mais de 50 becqueréis de césio radioativo por quilo. Também foi proibido o trabalho em áreas onde foi plantado o cereal que continha entre 100 e 500 becqueréis de césio de por quilo. No entanto, os agricultores poderão semear nessas áreas somente após minuciosa averiguação dos municípios em cada arrozal. Além disso, o arroz será examinado antes do envio para o comércio.

De acordo com a NHK, a autorização foi concedida depois que os agricultores de Fukushima notaram que a adoção de normas exageradamente estritas no cultivo do arroz levassem mais pessoas a agricultura num momento onde a população rural está diminuindo.

O governo manifestou que trabalhará em contato com os municípios para evitar que seja distribuído arroz com níveis de radiação superiores aos limites de segurança estabelecidos.
Fonte: IPC Digital